quarta-feira, 14 de março de 2012

Polo calçadista, Franca tem apreensão de tênis falsos

Tênis falsos vendidos em pontos de comércio popular de São Paulo, como a 25 de Março, não chegam só de outros países, mas também de Franca (SP), que abriga o maior polo fabricante de calçados masculinos do país. 

Somente neste ano, foram apreendidos em fábricas irregulares da Franca cerca de 5.000 pares piratas em operações policiais, segundo informações da DIG (Delegacia de Investigações Gerais). 

O fechamento de vagas de trabalho nas fábricas é apontado como um dos fatores que incentivam a irregularidade.

Para o Sindifranca (Sindicato da Indústria de Calçados de Franca), a produção ilegal traz prejuízos à imagem da região, que produziu dentro da lei 37 milhões de pares somente em 2011.

A produção esportiva --principalmente tênis-- em fábricas legalizadas da cidade foi de aproximadamente 2 milhões de pares no ano passado, diz o sindicato, com base em dados do Instituto de Estudos e Marketing Industrial. 

"O problema não é a quantidade de piratas, até porque não temos esse controle, mas é o impacto negativo que essa atividade irregular representa para uma região que é referência no setor", disse José Carlos Brigagão, presidente do Sindifranca. 


Segundo o titular da DIG de Franca, Márcio Murari, a falsificação de marcas como Nike, Adidas e Reebok começou a ficar "mais perceptível" do ano passado para cá.

As "fabriquetas" de piratas, conforme ele, são montadas muitas vezes em fundos de quintais, e os tênis são feitos por trabalhadores do setor que não encontraram emprego formal na cidade.

"É uma atividade irregular, mas relativamente fácil de ocorrer porque a mão de obra é muito farta", disse Murari.

Neste ano só a DIG apreendeu 300 pares piratas e mais 600 bolsas que imitam Louis Vuitton e Victor Hugo. Segundo o delegado, ninguém foi preso ainda, mas os responsáveis pelas falsificações respondem por violação de marcas e patentes.
 
DESEMPREGO

Segundo a Abicalçados (Associação Brasileira das Industrias de Calçados), a pirataria é uma preocupação do setor e a motivação para isso pode estar no desemprego.

Em 2011, o setor empregou 337,5 mil pessoas, 11 mil a menos que no ano anterior em todo o país, segundo a entidade. Na região de franca, em 2011, fábricas calçadistas contrataram 1.500 a menos em relação a 2010, quando 56,5 mil estavam empregados.

Reprodução integral da materia publicada no site: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/1061456-polo-calcadista-franca-tem-apreensao-de-tenis-falsos.shtml
ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

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